domingo, 3 de junho de 2012

Cheira a alucinação

Só a título de curiosidade, alguém consegue imaginar um país com uma taxa real de desemprego cifrada em 20%, as exportações a decrescerem, os principais mercados exportadores a contraírem, erosão social, grande aumento da pobreza, custos galopantes para suportar a dívida em especial após o resgate da nação para com a qual tem uma dependência directa e indirecta de cerca de 10% no seu PIB, e um default de um país a quem foi aplicada a mesma receita de austeridade, crescer ao ritmo que permite atenuar os 100% de PIB em dívida para 90% em 3 a 5 anos, cumprir metas de redução de 2% ao ano na dívida e em 2013 ou 2014 cumprir uma regra de défice máximo de 0,5%?


Não conseguem e eu também não. Como devem imaginar querer não é poder e menos muito conseguir mas é o primeiro e talvez mais decisivo passo para conseguir. Crescer é primeiro querer tal coisa acima de tudo e depois estruturar uma estratégia que não seja apenas cumprir metas orçamentais. Que tal primeiro começar juntamente com outros países a pressionar uma Alemanha com taxas de juros a roçar o zero, de que mais do que nunca não tem a temer em emprestar dinheiro aos países europeus periféricos a reerguerem-se?


Quem pode fazê-lo, devia fazê-lo.