sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

1º tiro no pé

Há muito tempo que desejava falar um pouco, ainda que como leigo, sobre as politicas económicas internacionais. Este é um tabuleiro onde a Europa mais uma vez fica a perder por não jogar em conjunto num esforço diplomático concertado. Na Europa cada puxa para seu lado, esta é evidência dos recentes anos. Prova disto é a insistência portuguesa na diversificação de mercados de fontes de investimento estrangeiro e o respectivo comentário sobre estas políticas por parte do Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. Em sua defesa Schulz disse aquilo que sempre senti: a prioridade dos país em termos de investimento deveria ser outros países europeus. Ou seja afinal a UE deveria servir efectivamente para uma cooperação entre países e não apenas a cooperação em plano institucional.
Vejamos o investimento estrangeiro nas últimas três décadas iremos reparar que antes da abertura dos países da Europa Oriental à UE e depois com a ascensão do expansionismo chinês, nós éramos o destino favorito para investimento estrangeiro em especial no sector industrial, em muito pelo baixo custo de mão-de-obra. Este investimento era sobretudo francês e alemão. Desde os eventos que mencionei antes o países ficou sem capacidade produtiva comprada a troco de subsídios e fundos estruturantes que afinal não estruturam tanta coisa assim. Desde aí o investimento estrangeiro era esporádico, muitos terão dito que já não era necessária primeiro porque os bancos portugueses tinham evoluído e podiam garantir boas condições financeiras a bom preço. Isto foi claro mentira, a alavancagem banqueira foi global mas Portugal expôs-se bastante me muito pelos capitais terem passado a ser exclusivamente estrangeiros e quase sempre para projectos económicos que dependiam muito da perfomance económica estando a falar claro de projectos no sector de bens e serviços não transaccionáveis, e em troca secamos o crédito para projectos de capacitação de empresas exportadoras para benefício de grandes empresas que apenas lucravam por apertarem o cerco aos consumidores portugueses. Neste esquema sempre que a economia arrefecia algum agente tinha de investir, em Portugal o namoramento dos portugueses e consequentemente pelos políticos pela acção do Estado levou a que o Estado tivesse que se endividar para poder reanimar a Economia. Essa foi sem dúvida uma das várias razões para estarmos no ponto que estamos.

A conclusão é óbvia, Portugal fez aquilo que entendia necessário nas relações de investimento com Angola, Brasil e China em muito pelo facto de os seus parceiros Europeus não estarem dispostos a confiar ou a investir preciosos recursos em outro país que não o próprio. Este foi um dos tiros no pé da Europa.