terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Independência - II

Novamente voltando à vaca fria da independência, nos comentários do meu último post os argumentos contra esta ideia eram a falta de união que isto ia gerar e que, neste momento, era preciso que o povo estivesse unido. Mas a união dá dinheiro? Mas a união resolve os problemas do país em que parte mesmo? O que resolve os problemas do país são governantes competentes e trabalhadores produtivos, duas coisas que faltam em Portugal. Querem a união que pôs o competentíssimo Pedro Passos Coelho e Paulo Portas no poder com maioria absoluta?

Saiu há pouco tempo uma noticia que dava conta de que Lisboa teve acesso a 400 milhões de euros enquanto o Porto teve 1 milhão de euros para a reabilitação paisagística do centro das cidades.

Se calhar têm razão, se calhar a independência não faz sentido… Se calhar o que fazia sentido era tornar Lisboa um enclave alemão (na prática já o é) ou um micro estado tipo Andorra ou o Vaticano. Afinal são os inteligentes que governam o país desde da capital do império que se lembraram que se calhar é melhor fechar 50 tribunais só porque não têm mais que 250 casos. Obviamente, em Lisboa não fecha nenhum e mais, têm um campus da justiça novinho em folha. Aliás, grande maioria dos tribunais que podem fechar são de que região? Norte… Pois claro! O mesmo Norte que é o maior contribuinte para o PIB do país, é, ao mesmo tempo, a região com maior desemprego, tem um dos melhores aeroportos do Mundo, é considerado por várias entidades internacionais como uma das regiões com maior potencial turístico, tem a melhor universidade do país. E é tão ostracizado e mal gerido pela capital do império. Mas a independência do Norte ia deixar de fora o Alentejo e o Algarve, daí que a melhor solução seja mesmo tornar Lisboa e a Madeira, já agora, um enclave. O Alentejo que durante o Estado Novo era o celeiro do país e que agora, por causa dos inteligentes que governam o país a partir da capital, não passa de um deserto com meia dúzia de herdades com turismo rural, ou herdades com plantações de oliveiras geridas por espanhóis. E o Algarve, cujo aeroporto quase ia abaixo aqui há uns tempos, enquanto que a capital do império discutia se ia ter um aeroporto novo.

Esta não é a altura certa para se falar nisso? Quando é? Quando o país tiver numa situação de vacas gordas e isto também não fizer sentido? Quando o país tiver assim-assim?

A verdade é que os argumentos contra são sempre na base de que esta ideia é ridícula e utópica. Mas, argumentos concretos, não vi ainda.

Quanto aos argumentos do Rui Silva no meu último post das medidas extremas não serem bem aceites basta olhar para a Suécia, Suiça e UK (entre outros) onde os partidos de extrema-direita têm vindo a aumentar o seu poder. E a Califórnia tem uma divida incomportável como nação isolada.


Pedro von Hafe Leite