quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Plutocracia

Este é um termo que sempre quis aplicar a um texto meu... É chegada a hora de o fazer... no meu primeiro texto cá na Janela das Cinco Ideias!

Faço da Plutocracia título do meu primeiro post aqui por um simples motivo: é muito maior que eu, domina-me e, sempre que quebro um pouco, vence-me! Acredito, realmente, que esta talvez seja a palavra que melhor define os cerca de 8900 dias em que eu conheci o nascer do sol! Os meus feitos não são admiráveis, longe disso, mas até para aqueles cujos feitos o são (e o admirável pode ser atribuído ao mais simples gesto), a plutocracia teima em vencer! Assim foi durante estes 8900 dias e assim será durante os, estatisticamente estimados, 19570 dias que me deveriam restar!
A plutocracia é, indubitavelmente, o adjectivo mais adequado para a sociedade em que nos inserimos, cujos valores primordiais são o lucro, o crescimento, o sucesso e o poder. Valores estes que assentam numa fundação instável: o dinheiro! Actualmente, cerca de 95% do dinheiro existente no mundo... Não existe: está sob a forma de números e códigos binários que contêm informação representativa do dinheiro. Mas, quanto a isto, nada a apontar... Um dos problemas da nossa sociedade, a meu ver, é a preponderância atribuída ao dinheiro (criando flutuações de valor e de fluxo inexistentes), conferindo-lhe contornos de álibi para a acção do Homem, isentando este (o verdadeiro perpetrador dos actos) das suas responsabilidades. E são muitas... Se não veja-se:
1. o dinheiro quando é impresso gera a) dinheiro e b) dívida, já que é cobrado um valor para o criar e para o disponibilizar (lógica disto?);
2. este custo leva a que TODO o dinheiro do mundo seja insuficiente para pagar TODAS as dívidas do mundo;
3. esta realidade leva a que haja OBRIGATORIAMENTE algo ou alguém em incumprimento;
4. este incumprimento gera desequilíbrios e desigualdades na sociedade.

Este conjunto de consequências de... É inevitável, certo e sabido, na nossa sociedade (nomeadamente nos seus elementos responsáveis... pelo dinheiro!!), não sendo todavia, a meu ver, lógico, racional e sustentável!
Lembre-se que este tipo de mecanismos suplanta governos, instituições, famílias... TUDO. É ilógico que Berlusconi se demita por pressão de mercados e seja constituído Governo sem a decisão soberana do povo (não querendo defender Berlusconi, até porque nem simpatizo com o homem), é ilógico que Angela Merkel se pronuncie em nome do Euro quando tem apenas o direito e o dever de se pronunciar em nome da Alemanha, assim como é ilógico que nações inteiras se curvem perante o peso dos cifrões e a sombra do incumprimento (pondo de parte todas as incompetências, pilhagens e aldrabices pelo caminho).
Aqueles que criaram e alimentam estes mecanismos são também aqueles que agora padecem destes. Nas palavras de Marx: O capitalismo gera o seu próprio coveiro!


A verdade é uma: o dinheiro é uma excelente ferramenta para o Homem, enquanto moeda de troca. Porém o Homem conseguiu transformá-lo numa pesada corrente que limita a sua acção e tolda a sua visão, agrilhoando-o a uma vida de sofreguidão por uma maior proximidade pela fonte do dinheiro!

Plutocracia é o termo que me inunda abundantemente a carola quando reflicto no que me rodeia e, pior que isso, no que me move!!
Mudança... Como te quero!

Para a semana: Plutocracia e a Promessa do Crescimento