segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Educação

Depois de uma ausência que foi notada até pelos mais desatentos aqui estou eu para mais uma opinião sobre Portugal, o país (des)governado por pessoas que só ganham 1300€ de reforma e que, sendo assim, percebe-se que tenham resultados tão maus!


Esta semana decidi escrever sobre um assunto de extrema importância para o país e que, devido à ditadura da economia, está ser posto numa posição ainda mais deficiente. Refiro-me à educação e com origem numa discussão ‘facebookiana’ que tive vou-me centrar na dicotomia público-privado.


Faz sentido que quem tenha mais dinheiro tenha a possibilidade de ter uma educação melhor e, portanto, ter um maior sucesso ao cumprimento dos seus sonhos em detrimento de pessoas mais humildes economicamente? E que, por isso, têm que se submeter à menor qualidade do ensino público e, nalguns casos, emigrar logo na entrada do ensino superior perdendo o país, desta forma, valor humano com qualidade muitas vezes superior aos que cá ficaram. Não!


A primeira questão é perceber porque os resultados são melhores no privado do que no público. Excluindo, à priori, os métodos menos legais parece-me óbvio que a qualidade de ensino é melhor devido ao menor número de alunos e a uma entrega muito maior dos professores, nomeadamente para as disciplinas que serão avaliadas por exame nacional e que são as mais importantes para o ingresso no ensino superior. Sendo que as restantes disciplinas são só para ‘subir a média’. Na escola pública até a educação física é avaliada de uma forma exigente e conta tanto para a média como português e matemática. Por outro lado, os alunos são pior preparados para as disciplinas nucleares. Isso acontece pelo número extenso de alunos e, consequentemente, pelas diferentes velocidades de aprendizagem. Obviamente, os melhores alunos saem prejudicados porque têm que ‘esperar’ que os alunos com menos capacidades (ou, muitas vezes, menos interessados) alcancem o mesmo patamar de conhecimento.


Não me parece exequível dizer aos senhores endinheirados que a ‘mama’ acabou e que têm que por os filhinhos no público (afinal o dinheiro paga tudo mesmo). Como tal tem que ser feita uma reforma a fundo na educação. Chega de fantochadas sobre avaliações, aulas de substituição ou aulas de educação sexual.


Uma solução, que não é que me agrada mais, mas que será talvez a que permita uma maior justiça e aumento do aproveitamento da potencialidade dos bons alunos seria dividir as turmas em graus de aproveitamento, ou seja, cada turma teria todos os alunos no mesmo patamar de velocidade de aprendizagem, mutável, isto é, os alunos podia mudar de patamar conforme o aproveitamento no final do ano. Podia causar alguns problemas de ostracização e afundamento dos que já têm dificuldades mas, se os professores se empenhassem era um senão que poderia ser ultrapassável. Os professores dariam exactamente o mesmo número de aulas a cada patamar para não incorrer no risco dos melhores professores só darem aulas às turmas com os melhores alunos.


Seria também, na minha perspectiva, uma ideia de qualidade dar um prémio monetário aos professores que tivessem alunos com melhores notas e aumentar o horário das disciplinas nucleares (dependendo da área), diminuindo a carga de algumas e acabando com outras (formação cívica, estudo acompanhado, área de projecto são nulidades absolutas que não servem para nada).



Pedro von Hafe