segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Passes Sociais

As últimas notícias acerca dos passes sociais vieram expor, mais uma vez, as debilidades do sistema sócio-económico português. Obviamente que é complicado perder direitos, mas pensando com clarividência não há dúvidas que esta medida não devia ser tomada, simplesmente porque as regras que estavam em vigor anteriormente em relação aos passes sociais nunca deviam ter sido sequer postas em prática.

Qual é o sentido que uma pessoa tenha direito a um desconto de 50% só porque tem 18 ou 70 anos? Independentemente se é rico, pobre ou assim-assim?

Parece-me óbvio que tem que ser feita uma co-relação entre os rendimentos de cada pessoa e o respectivo desconto. Apesar desta boa medida, mais uma vez retirando direitos obscenos a que fomos habituados, sustentados por dinheiro que não existia, levantam-se duas questões:

- Se se confirmar o que disse o Secretário de Estado de que o desconto máximo era de 25% penso que se torna incomportável para algumas pessoas o pagamento do passe como tal esta ideia devia ser revista de forma de manter o desconto em vigor para alguns casos;

- O preço dos passes, per si, poderia e deveria ser mais baixo se houvesse uma racionalização dos transportes públicos. Não faz nenhum sentido, por exemplo, os gastos milionários com as trinta e cinco estações que se fizeram entre a Póvoa e o Porto. Trinta e cinco estações para cobrir cerca de 30km o que, em média, dá menos de um quilómetro por estação.

Para além disso, a diminuição em bruto do preço dos passes contribuiria para um menor uso do automóvel dentro das cidades com todos os pontos positivos que daí advêm, quer do ponto de vista ecológico, quer do ponto de vista do urbanismo citadino.


Pedro von Hafe Leite