domingo, 18 de março de 2012

Uma conta pouco brilhante


Nesta última semana o Governo anunciou a primeira remodelação, o secretário de Estado da Energia. Uma remodelação menor sem aparente significado político que felizmente não escapou a um escrutínio oportuno da oposição.
Feito este aparte, devo dizer que a polémica tem justificação, pois se tratava de uma exigência da troika com bastante justificação e o pecado mora nos partidos do centrão por não terem abordado tamanha questão nas suas intervenções antes de ser uma imposição.
O assunto é a alteração das rendas que o Estado e os consumidores paulatinamente concedem ás produtoras de energia. Este assunto reveste-se de uma importância enorme para consumidores por representar um encargo tarifário com peso significativo no orçamento mensal das famílias e para os cidadãos por ser um elevado custo energético e assim um dos principais factores que afecta negativamente a nossa competitividade enquanto economia e em consequência o investimento industrial em especial o estrangeiro, a principal fonte de investimento face á depleção de capacidade capital de investimento e de poupança da nossa nação.
O já mencionado secretário de Estado preparava uma série de diplomas que irão embater directamente nos lucros destas empresas, pois iram criar uma plataforma para algo que este país realmente precisa, de competição na energia para assim se baixarem os custos que as politicas energeticas representam na economia portuguesa dando mais escolha efectiva, maior qualidade e menor preço com maior competividade para a nossa economia. Queria este politico minimizar os efeitos de uma nefasta, mas compreensível imposição da troika, a privatização de um monópolio natural, a electricidade; pois é claro que tamanhos interesses minam os lucros de empresas com lobbies muito bem protegidos.
Este governo já reagiu ao sabor das acusações que iria apresentar novos diplomas para enfrentar este mastodonte das despesas e do buraco financeiro, e Álvaro Santos Pereira disse ainda que estava em negociações e que tinha uma grande arma negocional. Infelizmente parece-me que o membro mais fraco do governo é também o mais sincero apesar de todo o seu esforço, á semelhança dos seus antecessores, ir redundar num cargo fantasma. Digo tudo isto, pois nós bem sabemos das PPP, Lusoponte e SCUTS como são feitos os acordos com empresas privadas em negócios com o Estado, o omnipotente e milionário Estado fica com o risco e os privados com o lucro ou na falta deste, calha-lhes sempre uma choroda indemnização.

Paulo Coelho