segunda-feira, 26 de março de 2012

Carneirada

Hoje venho-vos contar uma história que se passou numa terra longínqua com alguém que ninguém conhece, mas que me parece interessante que seja partilhada neste blog, que não é mais que a nossa transmissão das aprendizagens que fomos adquirindo ao longo do tempo e que, julgamos ser, as melhores em relação a um determinado tema.


Chegou até mim por telepatia, penso eu. Se calhar por esta semana ter sido hipnotizado duas vezes fiquei mais susceptivel a este tipo de acontecimentos paranormais.


Ora, esta história permitiu-me aprender que ao longo da nossa vida temos que optar entre estarmos caladinhos, sermos os carneirinhos do costume, ou, em contrapartida, mantermo-nos fiéis às nossas ideias, com o risco de sermos postos de lado por incomodarmos as ideias vigentes (e com menos qualidade, normalmente).


A história é a de um rapaz que recebeu um convite para desempenhar um determinado cargo com o qual nunca tinha sequer ambicionado. A ascensão era meteórica, mas ele sabia que era capaz de calar as vozes dissonantes e deixar orgulhosa a pessoa que tinha apostado nele. Só que essa pessoa mudou de ideias e destitui-o do cargo quando continuou a receber pressões externas (ou internas, neste caso) e percebeu que este rapaz não era domesticável, não sucumbia ao prazer de ter um determinado cargo só por ter e que as suas ideias eram mais importantes que qualquer cargo, e que só ficaria de consciência tranquila se defendesse os interesses da instituição que tinha o compromisso de defender, em prol de um ensino melhor. Que não se sentia bem em estar calado, como outras pessoas fizeram, só para não ser posto em causa.


Este jovem, tal como eu, não tem medo de ser posto em causa. Foi afastado sem qualquer explicação lógica e racional. A única explicação é o medo de que a linha de continuidade que se tem estabelecido naquela instituição seja desviada, mesmo que isso resulte num melhor desempenho da mesma. Medo da discussão, da troca de ideias, da divergência.


Eu vou continuar na minha luta, esperando que o karma ou qualquer entidade desse género, compense este meu comportamento idóneo, ao invés do baixar de orelhas e à entrada na carneirada que tem compensado as outras pessoas. Neste caso, se o jovem tivesse calado durante duas semanas teria ficado com o cargo, como divergiu, foi afastado.


Vamos continuar na luta, disso não há dúvidas!



Pedro von Hafe Leite