terça-feira, 13 de dezembro de 2011

TEKS - A informatização do Sistema

 Boa tarde, no seguimento da publicação do Pedro e da forma como foram efectuadas as candidaturas às bolsas de estudo do ensino superior, decidi esta semana abordar os problemas que a informatização do "Sistema" pode trazer e apresentar algumas propostas para solução dos mesmos.

 Nada melhor do que começar com o  caso mais problemático de todos, a informatização da burocracia.
Defendendo uma ideia que já aqui partilhei, neste caso, a informatização deve à partida simplificar métodos e não decisões. Um óptimo exemplo de como o conceito é aplicado, é na declaração anual do IRS, simples, eficaz e para quem não gosta há sempre a solução em "papel". Mas abordando o caso que o Pedro aqui expôs, temos um péssimo exemplo, na atribuição de bolsas de estudo para  estudantes universitários.

 Então o que tem de tão errado o sistema? Simples, há 3 documentos essenciais para a candidatura, a declaração de IRS dos membros trabalhadores do agregado familiar, a autorização para que se faça uma auditoria às contas bancárias e um outro que é uma declaração do agregado em como nenhum membro tem dividas para com o Estado. Não é suficiente, e porquê? O IRS numa visão superficial, declara todo o património de um agregado familiar, mas não reflecte em que condições vive o mesmo, por exemplo imaginemos alguém que possui uma casa com terreno, à partida é um ponto contra a candidatura de um estudante dessa família à bolsa de estudo, mas e se essa pessoa tem provas em como o terreno é usado para sustento do agregado e sem ele poderiam até passar fome? Com o sistema anterior que era em parte informatizado e em parte burocrata, isso poderia ser provado logo com a candidatura. Actualmente, isso já não acontece.

 Então e como funcionava o sistema anterior? O sistema anterior tinha como já disse uma parte informatizada e uma parte em papel. Na parte informatizada era introduzida a informação base sobre a situação do candidato , desde a situação académica até à situação económica. A documentação para análise era posteriormente entregue nos Serviços de Acção Social da respectiva instituição de ensino, os documentos pedidos eram todos os que pudessem provar a necessidade que o candidato teria em ser bolseiro. Este é o método que eu defendo e que se calhar o que melhor se aplica neste caso.

 Então e as dívidas aos bancos não contam para nada? E a divida ao Estado? A meu ver e como candidato que fui a análise das contas bancárias apenas serve para investigar se uma família é rica e não se tem dificuldades, quanto à divida ao Estado, esse era um critério que em anos anteriores, quase automaticamente fazia de um candidato, um aluno bolseiro. Pois a análise partia do principio que as dividas dos pais não são as dos filhos e tal situação reflectia dificuldades.

Tendo estes argumentos como base, o que pensam vocês? É certo que a informatização simplificou bastante o método de entrega de documentos, mas não acham que simplificou ainda mais o "não" dado por quem analisa?

Dado a extensão do assunto, para a semana continuarei a abordar situações em que a informatização pode tanto ser benéfica, como prejudicial para nós cidadãos. Até lá, um bem haja.