quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Políticos ou Governantes?



È cada vez mais consensual que um dos males que afecta o nosso poder político é a falta de competência de quem nos governa, e que isso é possível porque as pessoas chegam a cargos de chefia não por mérito mas por "amizades politicas".



Este problema, sempre minorado e mesmo ridicularizado por aqueles que beneficiam com a manutenção do status quo, atingiu proporções tais que não pode mais ser ocultado. Vejamos os casos de Portugal, Grécia e Itália. Três países onde a governação politica os deixou na bancarrota (2 primeiros) ou à beira da insustentabilidade financeira (o último), e nos quais se recorreu a pessoas com conhecimento técnico e reconhecimento internacional para tentar resolver o caos provocado pelos políticos incompetentes e/ou corruptos que os dirigiram durante décadas.





Algo que me parece bastante ilustrativo e revoltante, é facto das mesmas pessoas que fizeram gestões danosas, e não estão presas, ainda se darem ao luxo de vir publicamente criticar a acção daqueles que tentam reerguer aquilo que eles próprios destruíram. Chegam mesmo a dar um cunho negativo à expressão "tecnocratas", dizendo que estes não têm "experiência política" e que isso será uma desgraça para os países.



Cada um deverá fazer a sua análise da presente situação. Pessoalmente, encontro-me farto de indivíduos com um enorme currículo de "experiência política" (carreirismo partidário, mentiras, incompetência, corrupção, lobies, enriquecimento ilícito, etc.), acreditando que deverão ser as pessoas mais competentes a ocupar os cargos, e que essa competência passa pelo seu currículo técnico na área, conjugado com as suas ideias de rumo para o sector.





Adicionalmente, gostaria de vos chamar a atenção para um outro pormenor, ex: um médico estuda 6 anos + 1 de internato + 4 - 6 de especialidade, e quando termina a sua formação só está habilitado a exercer na sua área de acção; contudo um político de carreira (sem experiência profissional em nenhuma área) pode ocupar um dos principais cargos de gestão do país, e não só os ocupa, como tanto é ministro da justiça num mandato como é ministro da administração interna no próximo mandato. È o milagre da genialidade!





Isto tem de acabar, se não, nunca sairemos deste ciclo de estarmos a pedir dinheiro emprestado ao FMI a uma média de uma vez a cada dez anos. Contudo, para que algo mude temos todos que exigir e trabalhar para essa mudança.



Duas possíveis medidas que poderão ajudar na mudança:



i) responsabilização criminal dos gestores públicos por má gestão / gestão danosa, tal como acontece na gestão privada (não esquecer que o PM e os ministros são gestores públicos);



ii) ser obrigatória a apresentação da equipa governativa antes das eleições, para o povo saber quem é que vai governar o país, caso este ou aquele partido ganhem as eleições.





Deste modo, uma questão se levanta: quem queremos nós na liderança do país políticos ou governantes?





O que vai VOCÊ FAZER em relação a isso?