segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Jovens!

Não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade para felicitar a entrada triunfal do Paulo Coelho (melhor que o brasileiro) neste círculo que pretende mexer com as mentalidades de cada um de vós. O blog é para vocês que nos têm lido e para tentar que a sociedade civil, nomeadamente os jovens, tenham uma palavra a dizer quando tudo parece tão negro.

Posto isto, tenho a dizer que concordo com o que ele disse no último post, mas só para uma certa franja dos jovens.

Eu gosto de rotular pessoas, acho que nunca me enganei. Surpreendi-me positivamente meia dúzia de vezes, mas na realidade as pessoas continuaram a ter os defeitos que eu sabia que elas tinham, só que as virtudes sobrepuseram-se.

E eu gosto de rotular a juventude em três categorias: os idiotas, os enganados e os normais.

Os idiotas são os que perdem o tempo (eu ia dizer precioso, mas no caso deles não é verdade) a falar da cada dos segredos, a gastar no mínimo 55€ para ir ver um concerto (e a crise pá?), a grande preocupação são as festas a que vão, a roupa que vestem, as pandor(c)as que usam, se vão ser ricos quando forem ‘grandes’. E, infelizmente, esta franja é a maior e engloba quase todos os estudantes universitários e do secundário e alguns jovens trabalhadores.

Os enganados são os rebeldes. Cujo cérebro é lavado em festas do avante e coisas desse género e que estão, invariavelmente, ligados a partidos de esquerda até aos 30 anos, quando percebem que as ideias que defendiam não só eram utópicas como, muitas vezes, idiotas e sempre que foram postas em prática resultaram em ditaduras bem piores que as de extrema-direita. Estes defendem a legalização de tudo e mais alguma coisa, mas quando se pergunta como resolver a crise gaguejam e saem com o rabinho entre as pernas. Também posso incluir neste grupo (ou no dos idiotas, admito que tive dúvidas) os jovens licenciados que organizam movimentos a pedir trabalho, que é uma proposta deveras importante e com grande sentido de oportunidade. Mas como? Não sabem… Querem é ter emprego no curso deles e a ganhar bem (nem que seja ciências da paz ou coisas desse género).

Depois há os normais (aqueles que o Paulo falou) os que são cultos, os que querem uma sociedade baseada na meritocracia, os que defendem ideias. Os que ainda baseiam a sua vida nos valores da liberdade, fraternidade, amizade, gratidão e justiça. Os que não passam por este momento histórico inesquecível e irrepetível como se nada fosse. Os que pensam em alternativas e soluções. Os que, como o Paulo disse, "encaram a vida em termos de qualidade e procuram o seu pedaço de paraíso na simplicidade, mas sempre com bastante realismo.". E estes são poucos, mas quero crer que cada vez mais. E se nós, com este blog, podermos contribuir para que sejam cada vez mais já tivemos uma acção útil na nossa sociedade civil!

Pensem que rótulos têm usado e que rótulos gostariam de usar e lutem pelas vossas ideias.

Pedro von Hafe Leite