quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Mudo" para o Mundo...

"See no evil, hear no evil, speak no evil."

Nos nossos dias, pensamos que a censura em Portugal é coisa do passado, que morreu no 25 de Abril, e que temos uma coisa muito gira chamada "liberdade de expressão"... Mas afinal de contas, aos poucos, descobrimos que é tudo uma mentira, utilizando a faceta da democracia para pensar que está tudo correcto, e por trás fazem tudo para nos calar, para poderem controlar unicamente à sua mercê. Ninguém é livre, nem no campo das arte, na opinião pública, ou até mesmo neste tipo de hobbies, enfim.

Mas nem tudo é pintado em cores escuras na nossa vida, pois há algo chamado "direito à sátira", que é simplesmente utilizar a sátira e o sarcasmo, que segundo certos contextos, até mesmo pela nossa lei, não é visto como difamação de alguém, mas sim liberdade de expressão através o humorismo, ou seja, puro entretenimento :)

Para esclarecer melhor esta questão: Eu não posso mencionar nomes, mas posso indicar certos podres em qualquer tipo de contexto. Se fizer isto de uma forma séria, corro o risco de apanhar por tabela por difamação, o que não é lá muito giro... Mas se fizer de uma forma irónica, através de recursos de humor, é visto como um direito de liberdade de expressão, só serviu para entretenimento de um público, e não a por em causa o sujeito A ou o sujeito B.
É óbvio que toda a gente percebe quem é que fez asneira através do nosso gesto, mas pelos vistos, nesta ditadura liberal, é das poucas opções favoráveis que temos para puder falar e criticar algo livremente, com poucas consequências possíveis. Vejam a situação do grande Marinho Pinto, e a situação do grupo "Gato Fedorento", e façam os vossos julgamentos...

Bem, sabemos que a brincar, temos menos probabilidade de sermos confrontados com estas más situações, mas as poucas consequências são simplesmente estas: Se alguma pessoa (não a mencionada, mas sim apenas iludida) se sentir reconhecida e ofendida através de qualquer intervenção satírica, pode processar essa entidade por difamação. Ou seja, nem a sério, nem a brincar, podemos fazer nada, a não ser que tenhamos um bom advogado (o que não é o meu caso, by the way).

Querem uma conclusão, está bem então, dou-vos esta:

"...o homem pode ir parar à prisão por ter escrito uma “peça de ficção, com base em personagens inventadas e [que] não visava em ninguém em concreto.” (in: Correio da Manhã)
Vivem-se tempos curiosos em que discurso e prática são incoerentes e diversos. O nosso mal é por vezes confiarmos em demasia no discurso demagógico e não atentarmos na prática corrente.
Sim: pode ser-se processado por ter escrito um texto de ficção humorística.
E sim, pode-se ir parar à cadeia por causa disso. Tal como no regime do Salazar. (Esse coirão de merda de ditador. Agora, com ele morto, posso dizê-lo. E que algum filho da puta se atreva a processar-me.)
A liberdade de expressão em Portugal é inexistente."

Agora cá entre nós, toda gente gostava de mudar o mundo, e por vezes, mudamos um pouco para puder mudá-lo, nem que seja só um bocadinho, por uma boa causa. Mas com isto tudo, desde os grandes sistemas, até aos mais pequenos, só faltava mesmo ser mudo, para que toda a gentinha fique bem com os seus egos, para não terem medo de ficarem mal na fotografia, porque senão, mandam vir para quem usufrui deste direito mutilado, e depois quem leva, somos nós... Portanto meus amigos, censurem-me.

Se a nossa liberdade acaba onde a dos outros começa... então viva à tirania!

Buenas noches...