terça-feira, 29 de maio de 2012

O nosso mundo canibal

 Vivemos num mundo (desde sempre) em que aquilo que é moral para uns não pode ser para outros.  Nas últimas semanas três acontecimentos chamaram à minha atenção. O primeiro é o caso com o ministro dos assuntos parlamentares Miguel Relvas que queria a "execução" na praça pública de uma jornalista (mas parecia mal), segundo consta, Relvas resolveu usar do seu poder para criar pressão junto da direcção do jornal Público para evitar esse último recurso. A causa estava num conjunto de perguntas a ele enviadas pêla dita jornalista que se calhar lhe causaram indisposição ou então obrigaram-no a colocar algum tipo de carapuça, não sei, a verdade é que com factos comprovados este senhor não teve vergonha suficiente para se demitir.
 Outro caso interessantíssimo  é o destaque que a corrupção no Vaticano tem tido. Sobre isto eu tenho apenas uma coisa a dizer, não existem homens de Deus nem homens comuns, existem homens com poder (não falo em poder divino) e os homens sem poder e os primeiros na sua maioria só estão bem a fazer o mal, seja no Vaticano seja em qualquer parte do mundo.
 O último caso vem da ilustríssima Alemanha. A história é sobre um soldado holandês que faleceu esta semana aos 90 anos como o segundo nazi mais procurado do mundo. Este senhor obteve a nacionalidade alemã por pertencer às SS, a Holanda condenou-o inicialmente à pena de morte e mais tarde a prisão perpétua. O problema é que este nazi estava na Alemanha e o "seu" país não extradita cidadãos e pelos vistos também não condena os que participaram num dos capítulos mais negros da história da humanidade. Condenam (e nada mais fazem) sim os massacres sírios porque é correcto da sua parte. Digam-me, é este o país que queremos a representar os "nossos" interesses europeus?