domingo, 27 de maio de 2012

Mais cortes fáceis de fazer

Numa nova onda de imprevisibilidade, o desemprego aumenta, os impostos diminuem e o orçamento derrapa e mesmo assim o governo continua a bater na mesma tecla da austeridade sem fazê-la acompanhar junto dos parceiros europeus e instituições internacionais de um mensagem firme de que é necessário uma política de crescimento. Para que haja crescimento e não uma miragem ou a esperança de um milagre ecónomico. Perante esta onda a receita para cumprir o défice estabelecido é a mesma: cortes.
Os cortes são necessários para cumprir as metas, mas mesmo assim existem pontos em que independentemente das nossas ideologias podemos concordar: a saúde e a educação são fundamentais à sociedade tanto na coesão como á sua capacitação funcional. Ou seja o dinheiro aqui investido não é deitado á rua como muitos poderão argumentar, investir na sáude permite ter um sistema de saúde universal que sai muito mais barato que cada um ter um seguro de sáude, e isto é um facto, o SNS poupa dinheiro ao país. Mais um facto é que isto é um investimento num capital humano precioso, e não podemos dar como garantida a saúde da população; que é em si um objectivo mas também ser para manter algo fundamental, a segurança social, a produtividade e actividade económica e para isso basta pensar no fardo que a doença representa em tanto países com níveis de desenvolvimento semelhantes aos nossos e que com uma situação demográfica semelhante à nossa e ver que a doença e falta de cuidadados médicos preventivos engrossa a factura a jusante e diminui a produtividade dos assalariados.


Uma das provas que as politicas de cortes não estão a ser tão criteriosas como deveriam está na notícia de que uma mulher, tal como muitos outros pacientes, vêem-se privados de assistência pela deslocalização de serviços de saúde para cidades maiores e depois ficam sem transporte por dificuldades financeiras.


A notícia está em:  http://expresso.sapo.pt/-so-me-apetece-meter-uma-corda-ao-pescoco=f725883


Outra notícia que dá conta de uma situação semelhante:  http://expresso.sapo.pt/remedios-ficam-por-aviar=f725884


Uma coisa estou certo isto não chega e é preciso mais, é preciso mobilizar a opinião pública, para a perspectiva, de que independentemente da situação financeira do país, ainda existem prioridades e que os políticos tendo latitude e legitimidade para governar tem que ser mais ponderados e respeitar na prática direitos essenciais e constitucionais dos portugueses como o direito á saúde.


Isto não chega, mentalizem-se que a resignação não é opção.