quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ligações perigosas

Ao contrário da maioria dos países europeus que assentam o seu sistema de transporte no transporte público, nomeadamente no ferroviário, Portugal preferiu (por razões históricas, culturais, politicas e perigosas ligações publico-privadas) apostar no transporte privado rodoviário (mais caro economicamente e ecologicamente). Assim, hoje em dia somos o país da UE com mais Kms de auto-estrada/habitante, auto-estradas que não podemos pagar, algumas vezes são redundantes e levam a lugar nenhum pois esses lugares perderam população devido à desertificação. Se adicionarmos a isto a i) migração diária efectuada por milhões entre os centros das cidades (vazios à noite e degradados) e os “dormitórios” na periferia (vazios de dia), ii) a inexistência de alternativas viáveis ás auto-estradas (muitas vezes destruídas para construir a auto-estrada) e iii) o aumento imparável dos combustíveis fosseis (com uma procura mundial crescente e concomitante esgotamento das reservas), veremos que não é, de todo, a melhor aposta para o meio de transporte de base.
Deste modo torna-se imperativo reformular a politica de transportes de modo que esta assente numa eficiente rede de transportes públicos, centrada no transporte ferroviário (comboio, metro, eléctrico). Consequentemente, a prioridade passa por melhorar e ampliar a rede ferroviária (ex: é muito mais importante para o país que as deslocações suburbanas de milhões sejam na maioria efectuadas por comboio do que ter um TGV de passageiros para alguns milhares).
O que vai VOCÊ FAZER em relação a isso?