terça-feira, 28 de agosto de 2012

O que me faz questionar a guerra?

 Antes de mais deixem-me dizer que não é o meu desejo ver guerra espalhada por todo o mundo. Mesmo assim tenho que admitir que por alguma razão desde muito jovem me interesso por estudar o tema.
 Desde a pré-história até aos dias de hoje a humanidade entrou em vários conflitos bélicos pelas mais variadas razões, desde cultura a religião, desde assassinatos a dinheiro, nós o ser humano conseguimos mesmo provar que a racionalidade apenas nos permite matar o próximo de forma mais eficiente.
 O que mais me perturbava no meio disto tudo era  não saber o porquê de tanto fascínio pelo tema, tinha a certeza daquilo que não era a razão que me levava a estudar tal assunto apenas não sabia o que me levava a fazê-lo.
 Já vi os mais variados documentários, já li textos que ocupariam livros, também há os trabalhos de ficção que não devem deixar de ser levados a sério. Sempre que me encontro num desses momentos de estudo tento imaginar-me em qualquer uma das situações apresentadas e mais importante de tudo tento tomar uma decisão, desde o soldado ensanguentado que durante 8 horas não largou o posto para que os seus companheiros não morressem, desde o agricultor que simplesmente tentava não ser morto por nenhum dos exércitos que combatiam, ou o soldado americano que para viver teve que matar um adolescente que era soldado alemão e até mesmo o padeiro português que ficou "retido" em Angola porque a UNITA precisava de pão, entre muitas outras situações. De todas as vezes eu me questionava se seria capaz de fazer o mesmo, se faria de forma diferente, são perguntas que provavelmente nunca poderei responder mas  por querer fazer essas mesmas perguntas eu não abandonava esse meu interesse até que se fez um "clic" na minha cabeça, a guerra leva-me a questionar a minha própria humanidade e mesmo parecendo fácil e até óbvio dizer isto acreditem que não é.
 Não é fácil dizê-lo porque a maioria das pessoas se limita a questionar e a julgar a (humanidade) daqueles que cometem os actos sem nunca se colocarem na mesma situação. Espero que algum dia todos nós possamos saber aquilo que nos leva a questionar a nossa humanidade, o mundo bem que precisa.