domingo, 26 de agosto de 2012

É o emprego, estúpido

Nos anos 90 Bill Clinton dizia: "it´s the economy, stupid", o homem que consegui reduzir o desemprego nos EUA para níveis apenas vistos no pós-guerra, reestruturou todo o gigantesco passivo da segurança social e o buraco orçamental. Tudo isto cortando os privilégios fiscais efectivos sobre as classes altas, promovendo altas de impostos ás grandes corporações, incentivo ao crédito à economia real para criação de pequenas empresas. Estas e muitas mais medidas permitiram reduzir o desemprego, recriar uma classe média, diminuir a criminalidade galopante, reequilibrar o poder económico com o poder governamental. Tudo isto depois de meia década de crescimento incipiente.

O Bill percebeu que para criar riqueza é preciso emprego, é preciso aumentar a produtividade, a procura, o investimento público e privado, no fundo o governo tem que assumir uma tarefa fundamental, encurtar o fosso social, reequilibrar os poderes na sociedade e na economia e redistribuir riqueza via impostos e incentivos.

Perguntam-se porque pagamos até 45% em rendimentos de trabalho e porque rendimentos de capital e rendas pagam apenas 7 a 12% de impostos? Porque as louvadas PME pagam 22% impostos e as grandes empresas com offshore e outras vias conseguem pagar apenas 5 a 7 % efectivos? Perguntam-se porque são dadas amnistias fiscais aos detentores de fortunas milionárias para maiores encaixes enquanto capotes de PPP, BPN e BPP roubou preciosos recursos financeiros?

Mas acima de tudo perguntam-se se o desemprego é em si um mecanismos dos neoliberais para que de modo rápido, tecnicamente não ilegal, e encapotado possam descer os salários sempre som a ajuda do aumento da precariedade laboral, transferindo todo o poder e margem de manobra para o patronato, acabando com o último mecanismo de defesa dos trabalhadores, a contratação colectiva?