È totalmente ilógica a perspectiva da maioria da população
mundial de que o destino da humanidade é totalmente independente das reacções
ás suas acções no planeta, e que, portanto, podem fazer tudo aquilo que querem
pois nada de mal lhes irá acontecer.
O planeta teve capacidade de “tamponamento” sobre as acções
humanos dos últimos 150 anos, e por isso a humanidade não teve grandes
consequências dos seus actos. Contudo, esta capacidade atingiu o seu limite, e
consequentemente a preocupação com o meio ambiente deixou de ser apenas um tema
de “extremistas ambientais” para ser um problema económico e social, ex:
diminuição de recursos alimentares, de água potável, solo arável, ar não
poluído (a poluição nas cidades é o principal factor de doenças respiratórias e
de pele), petróleo, etc.
Assim, não existe outra maneira de conseguirmos atingir a
plenitude de bem-estar social se a sociedade não for suportada por paradigmas
de equilíbrio e a sustentabilidade. Paradigmas esses que devem reger o
funcionamento interno da sociedade e a sua relação “externa” com o meio
ambiente.
Em Portugal, a maioria das vezes, não há leis de crimes
ambientais, as que existem são brandas (compensado transgredir), e não são
aplicadas. Deste modo, a degradação do meio ambiente em proveito próprio é
economicamente compensadora levando à inexorável degradação deste, ex: lei
sobre fogo posto – destrói o ambiente, mata pessoas e animais, tem um peso
económico imenso, mas mesmo assim a lei é branda e quase nunca aplicada.
Por outro lado, há de falta acção directa no saber cuidar,
aproveitar e, consequentemente, no tirar dividendos económicos. Por exemplo, a
actual falta de politica de reflorestamento é no mínimo criminosa, pois leva à
perda de habitats naturais (e consequentemente de espécies), degradação dos
solos, aumento em numero e intensidade das cheias, do sector da silvicultura,
turismo e, em última instância de qualidade de vida e receitas.
Isto, porque, também ao nível local, há uma total negligência
e usurpação do bem comum, com os PDMs municipais constantemente modificados ou
simplesmente violados, por interesses económicos pessoais.
O Ministério do Ambiente deveria deixar de ser apenas um
“bibelô” politico para assumir o seu lugar de destaque no governo, pois todas
as politicas que tivessem impacto ambiental deveriam ser previamente, estudadas
e avaliadas em termos de impacto e sustentabilidade (a longo prazo) antes de
aprovadas, e a execução das leis deveria ser efectivamente fiscalizada, sendo seriamente punida a sua infracção.
Só com um verdadeiro sistema de gestão ambiental poderemos
assegurar a sustentabilidade do bem-estar comum no imediato e a longo prazo.
O que é que VOCÊ vai FAZER em relação a isso.