O Lance Armstrong pode perder as sete Voltas a França e a sua medalha Olímpica
por desistir de se defender contra as acusações, que segundo a Agência Anti-Dopagem
são baseadas em testemunhas e outras ‘provas sólidas’. Sendo verdade ou não deparei-me
com uma posição, quase generalizada, da opinião pública de ignorar que ele
desiste de se defender e que a USADA diz que ele se dopou.
Quanto à questão do doping, o facto de nunca ter sido apanhado não garante
a 100% a sua inocência, para justificar esta minha opinião basta ver o caso de
Marion Jones que também nunca foi apanhada e depois veio a admitir que se tinha
dopado.
Quanto às testemunhas, de facto, elas têm a contrapartida da imunidade ao
acusarem o Lance, mas nem todos o têm e, para além disso, um dos treinadores
deles foi erradicado do ciclismo por ter sido provado que fazia esquemas de
doping para os seus atletas. O facto do Armstrong ter doado muitos milhares de
euros à entidade responsável pelos testes anti-doping aos atletas é no mínimo estranha,
já para não falar do teste anti-doping positivo para EPO na Volta à Suiça que
foi, estranhamente, esquecido.
Mas, o mais curioso é que toda a gente o defende e ataca a USADA, dizendo
que isto é um ataque pessoal. É engraçado que a palavra de um homem valha mais
que a de muitos outros mais a de uma
instituição. E porquê? Porque venceu um cancro? Lamento, mas isso não torna ninguém
mais ou menos honesto. E até que ponto a toma de substâncias ilegais não teve
uma importância no desenvolvimento do tumor? Porque conseguiu subir uma
montanha como se fosse um super-homem? Lá está, se calhar não era da forma mais
honesta.
Na verdade não sei o que é verdade ou não, mas a razão que leva as pessoas
a defenderam com unhas e dentes Lance Armstrong e não o Vale e Azevedo (que também
se diz inocente) é no mínimo curiosa e digna de um estudo sociológico!
PS: Desagrada-me que os grandes responsáveis por este tipo de comportamento
sejam os médicos, é vergonhoso!
Pedro von Hafe Leite