quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Demasiado simples

No último sabádo, todos pudemos constatar aquilo que muitos já há muito previam e que reflecte de modo inequívoco a tal rotura do governo com o povo.

A medida da TSU é em si injusta, inútil e prejudicial á economia portuguesa. Mesmo com as excepções recentemente anunciadas, o efeito prático no desemprego pode ser o contrário ao esperado como sugere um estudo da Universidade do Minho.
No entanto ninguém pode ficar realmente impressionado com mais austeridade até porque os números de execução fiscal indicam claramente um fosso entre o défice real e o objectivo para este ano.

Dizer que austeridade sem crescimento é um espiral que apenas conduz a economia a bater no fundo é um facto. Parece que quase todos tomaram consciência dos sacríficios necessários, de que sofrerimos mais antes de qualquer vestígio real de recuperação.

O que parece é que muitos parecem não estar a ser tratados da mesma maneira no que toca aos sacríficios necessários. A constatação passa pelo facto de que o trabalho deste governo sobre as principais bandeiras de cortar as tais gorduras, extinguir fundações, alienar ou pelo menos controlar empresas públicas com grandes défices, renegociar e sobretaxar PPP passa por uma dúzia de palavras nesse sentido, enquanto que o plano para a TSU e outros impostos/taxas com novo escaloneamento para assalariados, em especial para a classe média está bastante detalhado.
Eu queria mais trabalho sobre a taxação efectiva das grandes empresas e das grandes fortunas pessoais em especial sobre bens de luxo. Porque que é que o luxo não é progressivamente taxado?

Não podemos dizer simplesmente: Não á troika. Sem troika não existe financiamento para o nosso défice ou seja inúmeros serviços fundamentais como saúde, educação ou justiça colapsariam sem recursos para funcionar.

Já por várias vezes mencionei que era preciso crescimento, que as politicas do governo não se deviam cingir ao memorando da troika, era necessário primeiro negociar espaço e tempo para crescer, para aplicar reformas que permitem o crédito e o investimento das empresas para melhorar a sua competividade e não pensar que podemos simplesmente desvalorizar salários ou de alguma forma colocar o fardo de diminuir custos salariais nos orçamentos familiares no limiar da implosão.
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Tal como pensar que reduzir a TSU ou seja os custos do trabalho, uma desvalorização fiscal encapotada, poderia criar mais trabalho porque as empresas podem investir o dinheiro poupado é ingénuo também o é pensar que mandar a troika embora melhora o que quer que seja.