Olhando para a realidade presente torna-se difícil, para ainda mais com a cacofonia incessante, prioritizar um plano adequado a questões emergentes com demasiada importância para poderem continuar a ser postas de lado.
Em http://www.publico.pt/Sociedade/portugal-perde-27-mil-milhoes-por-ano-por-causa-de-jovens-inactivos-1568436 , fica patente que Portugal tem uma proporção de jovens que não emigram, não têm trabalho ou qualquer tipo de formação. Estas massas são altamente voláteis, são jovens e têm expectativas apesar de baixas, ameaçam serem goradas no futuro.
O actual cenário macroeconómico está apenas focado no défice, enquanto que o resto do país espera em vão que a dose de oléo de fígado de bacalhau da austeridade faça algum efeito e que possamos retornar á mesma velha vida do défice e da dívida.
Estes jovens terão o ônus de trabalhar durante quase toda a vida, ter rendimentos muito inferiores aos de hoje praticados, serem sufocados em impostos e contribuições para um estado social moribundo. Mais tarde ou mais cedo irão querer uma família e uma casa e não a poderão ter. Mais tarde ou mais cedo quererão benefícios sociais e não haver dinheiro para os providenciar. Cada vez mais o ócio subsidiado, a criminalidade organizada e a revolta violenta serão as únicas alternativas para o escape emocional de uma geração de frustados e injustiçados. Esta será uma grande ameaça ao estado de direito, á democracia, um grande ninho para a demagogia, para o radicalismo e para o sectarismo e desagregação social.
Os custos sociais desta franja da população já tem custos enormes e no futuro pagaremos uma factura ainda maior: a paz social.